quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Estudo Geral dos Sistemas

Um sistema é um conjunto de fenômenos ou objetos que se inter-relacionam, ou seja, tem uma interação entre si, gerando um todo.

Existem 2 distinções de sistemas, o sistema aberto e o fechado. O sistema fechado é aquele que não interage com seu ambiente, existe para si, como a mente e o pensamento humano, que se não for expelido de alguma forma comunicativa, ele se torna fechado, e vai morrer junto do corpo, sozinho e sem interação com o ambiente. O sistema aberto que é a mais comum entre os sistemas, e o mais abordado neste texto, é aquele que age no ambiente a partir de matéria e energia recebida, modificando-o e gerando nova matéria e energia para o meio como resposta.

Vendo de uma forma simplificada, podemos ver que um sistema consiste em 4 partes, os objetos, que podem ser físicos ou abstratos dependendo do sistema, os atributos, qualidades do sistema e seus objetos, as relações entre os objetos, qual define o fenômeno como um sistema, podendo ou não ter interdepência, e por final, o meio ambiente, que é o que circunda o sistema (objetos e fenômenos), alterando sua resposta.

Os pesquisadores da área definiram algumas qualidades de um sistema, que podem ou não atuar juntos e não se excluem mutuamente.
A totalidade, um todo único envolvendo os objetos e os fenômenos do sistema, resultando em algo único diferente da soma de ambos, tendo como oposto a somatividade, qual separa os objetos e fenômenos e os soma como se fossem estáticos.
A interdependência, que faz dos objetos do sistemas dependerem dos outros, se relacionando devidamente.
A Coibição, quando dois objetos estão ligados (coibido) por sua interdependência, dando um resultado único.
Os graus de liberdade, que definem aos objetos o quão estão relacionados aos outros objetos, o suficiente para definir sua liberdade de atuação quanto á sua demanda dos outros objetos.
A hierarquia, uma simplificação do sistema a partir de pequenos grupos e subgrupos que o definem como um todo.
Auto regulação e controle, sistema que abrange em si uma organização que tem um propósito a ser alcançado.
O intercâmbio com o meio ambiente, que é definido pelas relações com o meio ambiente gerando respostas que virão a mudar a forma de relação novamente com o meio ambiente.
Equilíbrio, que, relacionado com a hierarquia, serve para evitar a entropia, caos interno e fim, no caso do sistema fechado, e corrige tendências dos sistema que o levam á morte.
Mudança e adaptabilidade, que é definido pela adaptação que o sistema há de passar para acompanhar o meio ambiente e seus modos de mutação.
A equifinalidade, várias formas de se obter o mesmo resultado, ou a meta final, á partir de adaptações que o sistema passa.

A Teoria Geral dos Sistemas foi criada por um pesquisador da área biológica, Ludwig van Bertalanffy, porém visa ser aplicada á muitos outros fenômenos em diferentes disciplinas.

Depois de muitas controversas e reestruturações, nasce em 1954 a Society for General Systems Research, que visa aprofundar o estudo dessa nova área.

Como item primário do campo de pesquisa da TGS, ela faz com que toda a informação obtida através de vários meios, e de várias áreas de estudo, se juntem organizadamente, o suficiente para a clareza na compreensão dessa informação fragmentada como um todo, ou em outras palavras, a prática de isomorfismo, que é a semelhança estrutural entre dois modelos ou objetos observados.

Podemos notar a abrangência da linha de pesquisa quando Bertalanffy cita que a Sociedade do Saber está se dividindo em subgrupos que não se relacionam mais, mesmo que sirvam para o mesmo propósito, e que a crise da ciência é dada a partir da falta de comunicação entre os cientistas como um todo, ou seja, sem um sistema organizacional que junte todas as áreas de atuação fazendo-a um todo cientifico, uma única linguagem, uma comunicação simples entre todos.

Como a Teoria Geral dos Sistemas era um campo de pesquisa que visava uma totalidade do conhecimento (macro), não era de se surpreender que outros pesquisadores estivessem no mesmo campo de pesquisa, podemos citar a cibernética, que também tem uma linha de pensamento muito próxima por visar o macro, e coexiste quase que mutuamente á TGS.

Sistemas Interativos Digitais

O computador tem ao longo dos anos deixado de ser um instrumento de trabalho exclusivo dos especialistas de Informática e tem tornado-se em ferramenta de apoio a diversos profissionais nas mais variadas atividades de trabalho. A variedade de perfis de usuários e tarefas impõe desafios para o projeto de sistemas computacionais e, mais especificamente, para os sistemas interativos. Melhorar a usabilidade de sistemas interativos é uma das principais metas dos projetistas de interface de usuário. A usabilidade de um sistema é determinada pela facilidade de aprendizado e uso deste. Contudo, alcançar esta meta não é tarefa fácil.

Conceito de Feedback

Feedback é o processo de fornecer dados a uma pessoa ou grupo ajudando-o a melhorar seu desempenho no sentido de atingir seus objetivos.

Para que haja êxito na comunicação do feedback as barreiras devem ser rompidas e estabelecida uma relação de confiança e segurança.

O feedback pode ser de dois tipos:

aberto - são as respostas obtidas através de algum teste ou questionário, pode trazer informações erradas ou manipuladas, já o feedback fechado - é obtido através da observação do usuário, através de suas ações e movimentos, dificilmente traz informações erradas.

Cibernética

Cibernética (do grego Κυβερνήτης significando condutor, governador, piloto) é uma tentativa de compreender a comunicação e o controle de máquinas, seres vivos e grupos sociais através de analogias com as máquinas cibernéticas (homeostatos, servomecanismos, etc.).

Estas analogias tornam-se possíveis, na Cibernética, por esta estudar o tratamento da informação no interior destes processos como codificação e descodificação, retroação ou realimentação (feedback), aprendizagem, etc. Segundo Wiener (1968), do ponto de vista da transmissão da informação, a distinção entre máquinas e seres vivos, humanos ou não, é mera questão de semântica.

O estudo destes autômatos trouxe inferências para diversos campos da ciência. A introdução da idéia de retroação por Norbert Wiener rompe com a causalidade linear e aponta para a idéia de círculo causal onde A age sobre B que em retorno age sobre A.

Tal mecanismo é denominado regulação e permite a autonomia de um sistema (seja um organismo, uma máquina, um grupo social). Será sobre essa base que Wiener discutirá a noção de aprendizagem.
É comum a confusão entre cibernética e robótica, em parte devido ao termo ciborgue (termo que pretendia significar CYBernetic ORGanism = Cyborg).

A cibernética foi estudada em diversos países tanto para o planejamento de suas economias como para o desenvolvimentos de maquinarias bélicas e industriais, como foram os casos da antiga URSS (onde se preocuparam com a gestão e controle da economia soviética propondo as perguntas: Quem produz? Quanto produz? Para quem produz?), da França, dos EUA e do Chile (GEROVITCH, 2003; MEDINA, 2006).

Pierre Lévy - Enfrentando a Roda Viva no Brasil

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Pierre Lévy - Inteligência Coletiva

Inteligência coletiva é um conceito surgido sobre as tecnologias da inteligência, caracterizado por um novo tipo de pensamento sustentado por conexões sociais que são viáveis através da utilização das redes abertas de computação da Internet. A disseminação de conteúdos enciclopédicos sobre plataformas Wiki, é um exemplo da manifestação desse tipo de inteligência, na medida em que permite a edição coletiva de verbetes e sua hipervinculação (links hipertextuais).

São também características da inteligência coletiva o uso da interatividade, das comunidades virtuais, dos fóruns, dos weblogs e wikis para construir e disseminar os saberes globais, baseados no acesso à informação democratizada e sua constante atualização. Assim as produções intelectuais não seriam apenas exclusivas de uma pessoa, país ou classe social isolada, mas dos crescentes coletivos que têm acesso à Internet.

"Inteligência Coletiva é uma inteligência distribuída por toda parte, incessantemente valorizada,
coordenada em tempo real, que resulta em uma mobilização efetiva das competências. Sua base e mobilização efetiva das competências. Sua base e objetivo são o reconhecimento e o enriquecimento mútuos das pessoas."
[Trabalho acadêmico - Turma 3º semestre de design de interfaces]

Pierre Lévy - Ciberespaço

O termo ciberespaço foi cunhado em 1984 , por William Gibson, um escritor canadense, que usou o termo em seu livro de ficção científica, Neuromancer. Este livro se trata de uma realidade que se constitui através da produção de um conjunto de tecnologias, enraizadas na sociedade , e que acaba por modificar estruturas e princípios desta e dos indivíduos que nela estão inseridos.

De acordo com Lévy, o ciberespaço é “o espaço de comunicação aberto pela interconexão mundial dos computadores e das memórias dos computadores”, e então se abre o campo de pesquisa com Lévy entre outros pesquisadores.

Já há algum tempo, discute-se a maneira como o surgimento da web contribuiu para a abolição de fronteiras, a relativização de distancias e a dinamização da comunicação. Porém, como um fenômeno de massa, a consolidação da existência do ciberespaço acabou por impulsionar inúmeras transformações também em outras áreas sociais, como a cultura, com o surgimento e o desenvolvimento da cibercultura, na economia, com o surgimento de mercados que negociam produtos exclusivamente virtuais, dentre outros.

O acelerado desenvolvimento da tecnologia digital provoca significativas mudanças nos modos de percepção, pensamento e ação no mundo a que denominamos real, além das modificações nas esferas social, política e econômica da vida mundial.

O espaço e o tempo são os aspectos que adquirem maior importância na discussão acerca da influência das novas tecnologias digitais de comunicação nas formas da percepção humana. No ciberespaço, há uma maior distorção da percepção do espaço e do tempo. Maior porque este evento já havia sido inaugurado por outras formas de comunicação, como o cinema.

Os limites entre o real e o imaginário, entre o próximo e o distante, tornam-se cada vez menos perceptíveis com esse novo mundo de possibilidades que se chama ciberespaço.