Nasceu no ano de 1839 em Cambridge (Estado Americano de Massachussets) no dia 10 de setembro, vindo a falecer em 19 de abril de 1914 em Milford (Pensilvânia). Filho de Benjamin Peirce, um famoso matemático, físico e astrônomo, Charles Peirce sofre influências deste e forma-se na Universidade de Harvard em física e matemática (1859), conquistando algum tempo mais tarde o diploma de
químico na Lawrence Scientific School. Alcançou um posto de
físico em um órgão federal, chegando a trabalhar também em um o
bservatório astronômico em Harvard. Paralelamente a isto,
estudava filosofia.
Trouxe importantes contribuições para o pensamento referente à lógica simbólica, metodologia científica e semiótica. É considerado o criador do Pragmatismo, uma das correntes mais importantes surgidas na América do Norte. Explicita o princípio pragmático, como sendo a forma através da qual o significado de algo é dado pelo conjunto de disposições para agir que tal coisa produz. Este significado só pode ser dado na relação com o homem, pois advém da experiência em relação ao mundo de ação humana.
O conhecimento, para ele, é fruto de uma pesquisa que tem como ponto de partida a dúvida. Esta última pode ser vivida como um momento de conflito, que possibilita ao final o estabelecimento de crenças, de hábitos de ação. Conhecer é descobrir o hábito do outro, ou seja, a sua conduta regular, para que a partir daí o homem possa planejar a própria conduta diante de algo. Mesmo assim, há sempre um momento em que a dúvida ressurge e com ela faz-se necessária a busca de novas crenças.
Sendo assim, o que se tem a impressão de o conhecer nunca está de fato acabado, e por isso Peirce considera que tudo o que sabemos, sabemos sobre aquilo que ainda não aconteceu. Temos uma forma de saber preditiva, ou seja, que nos permite apenas prever o desenrolar de algo, baseado na sua regularidade de manifestação, mas a verdade de algo está no seu futuro, no seu devir. Concluí que o método científico é o único capaz de formular hipóteses e as submeter às verificações, com bases nas suas consequências.
Identifica na ciência três diferentes modos de raciocínio:
- A indução, que considera um argumento generalizado, o que possibilita a formação de hábitos;
- A dedução que considera um argumento necessário, ou seja, um raciocínio que não pode partir de premissas verdadeiras chegando a resultados falsos;
- A abdução. Abduzir significa levantar hipóteses. Esta possibilita o surgimento de uma teoria de onde é possível deduzir consequências observáveis. É um momento genético, originário, onde nasce a representação. Abdução é o princípio da descoberta, da possibilidade de decifração do mundo.
Compreende a ciência enquanto um processo de desvendar permanente. Acredita que nunca se chega à verdade total, das coisas, a ciência apenas anuncia alguns aspectos destas. Encontra na fenomenologia este aspecto do indeterminado, a disposição de olhar para as coisas da maneira como elas aparecem naquele instante único. Isto permite dizer apenas de algumas facetas de algo, não sendo possível dizê-la como um todo.
Este autor formula sua própria teoria fenomenológica classificando os fenômenos em três categorias:
- Primeiridade , que considera o acaso, a experiência imediata;
- Segundidade , que considera a existência , a reação imediata;
- Tercieridade, que considera a lei , o pensamento mediativo.
Estas categorias são para Peirce o esqueleto através do qual a realidade pode aparecer, e ainda, compõem a lógica que sustenta sua concepção metafísica.